quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Produção mais limpa na Serígrafia

Escrito por Giselen Cristina Pascotto Wittmann   
Seg, 23 de Novembro de 2009
Entenda como pode funcionar o gerenciamento de resíduos nesse processo de impressão.
A preservação do meio am­bien­te é uma questão que faz cada vez mais parte da política das empresas em função de uma série de exi­gên­cias como cumprimento da legislação am­bien­tal, busca da sustentabilidade e consumidores com ­maior cons­ciên­cia ecológica. As gráficas do ramo de serigrafia também estão inseridas nesse cenário e dentro desse contexto procuram desenvolver ações para mitigar os impactos am­bien­tais de suas atividades. Um exemplo é o da indústria serigráfica Tekne, vencedora do Prêmio Abigraf de Responsabilidade Am­bien­tal Orlando Villas Boas com o case “Imprimindo com cons­ciên­cia e ações am­bien­tais”, em que apresentou todas as ações que desenvolve para minimizar os impactos am­bien­tais de suas atividades produtivas.
Definição do processo
Serigrafia é um processo de impressão per­meo­grá­fi­co que consiste em reproduzir a imagem utilizando uma forma composta por malhas finas de fios sintéticos ou metálicos, esticadas sobre molduras, por meio das ­quais a tinta é forçada a passar pelas ­­áreas de grafismos sobre o suporte. Uma das características do processo é a diversidade de aplicações, por permitir a impressão em diferentes ma­te­riais e su­per­fí­cies, in­cluin­do
vidro, plásticos, ma­dei­ra e me­tais.

Os prin­ci­pais aspectos am­bien­tais da impressão serigráfica são os re­sí­duos resultantes da preparação da forma, como restos de ma­dei­ra, alumínio e da própria tela. Há também os re­sí­duos do processo, como toa­lhas in­dus­triais e aparas; os efluen­tes compostos por produtos químicos di­luí­dos, pro­ve­nien­tes da etapa de limpeza das formas; as emissões de Compostos Orgânicos Vo­lá­teis (VOCs), resultantes da evaporação dos solventes, tintas, vernizes ou adesivos, além do consumo de água e energia elétrica.

Segundo a norma ABNT NBR ISO 14001:​2004, aspectos am­bien­tais são va­riá­veis das atividades, produtos ou serviços de uma organização e que podem interagir com o meio am­bien­te. Já os impactos am­bien­tais são quais­quer modificações no meio am­bien­te, adversas ou benéficas, que resultem, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização. Por exemplo, no caso do descarte de aparas no solo, as aparas em si são os aspectos am­bien­tais, já o efei­to da contaminação do solo seria o impacto am­bien­tal.

A identificação dos aspectos e impactos am­bien­tais é uma das etapas do sistema de gestão am­bien­tal. Para facilitar esse levantamento, pri­mei­ra­men­te a empresa deve identificar todas as etapas do processo produtivo, in­cluin­do as entradas e saí­das. O quadro acima mostra um exemplo de fluxograma do processo serigráfico, elaborado pela Equipe de Qua­li­da­de Am­bien­tal da Escola Senai Theo­bal­do De Nigris com base no processo desenvolvido na ins­ti­tui­ção. Uma segunda etapa consiste em classificar os re­sí­duos quanto à sua periculosidade e tipo. A análise apresentada no fluxograma foi fei­ta com base na norma ABNT NBR 10004, a qual classifica os re­sí­duos em classe I (perigosos), classe IIA (não inertes) e classe IIB (inertes). Quan­to ao tipo, as saí­das foram classificadas em re­sí­duos sólidos, efluen­tes ou emissões atmosféricas.
Medida de Produção Mais Limpa (P+L)
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Am­bien­te (Unep), produção mais limpa é a aplicação contínua de uma estratégia am­bien­tal integrada e preventiva para processos, produtos e serviços, visando au­men­tar a efi­ciên­cia global e reduzir os riscos às pes­soas e ao meio am­bien­te.
Seguindo esse con­cei­to, a Theo­bal­do De Nigris desenvolveu um projeto de reú­so de água na operação de lavagem das telas de serigrafia. A lavagem de telas serigráficas é uma das etapas dos processos de recuperação, cópia e revelação da forma. O efluen­te gerado é composto por produtos químicos di­luí­dos em água, impróprio para descarte na rede de esgotos. O sistema de tratamento é cons­ti­tuí­do de uma mi­nies­ta­ção de tratamento — para decantação do lodo e controle do pH —, dois filtros (um para retenção de partículas sólidas e ou­tro para subs­tân­cias orgânicas) e uma bomba para transportar a água tratada e alimentar um reservatório. A água, de­pois de tratada, é reu­ti­li­za­da no próprio processo. O sistema opera em ciclo fechado com um volume de apenas 400 litros de água. O lodo e os filtros poderão ser encaminhados para coprocessamento. O esquema do projeto está apresentado na página ao lado.

A adoção de medidas de P+L nos processos in­dus­triais contribui para a melhoria do am­bien­te de trabalho; redução ou eliminação de re­sí­duos, efluen­tes e emissões atmosféricas; conservação de recursos na­tu­rais; eliminação de produtos tóxicos e perigosos, além de trazer be­ne­fí­cios econômicos às empresas.
Giselen Cristina Pascotto Wittmann é professora da Escola Senai Theobaldo De Nigris, especialista em gestão ambiental na indústria gráfica e tecnologia de embalagens.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

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